Marcio Pedroso

Em um tempo chamado fantasia, em um lugar resguardando um espaço e tempo, em uma fantasia onde circundam planos por onde ressoam vozes de um cântico entoando vida aos desejos, guiado por planos alucinógenos, fantasias e devaneios pincelados na fidelidade recheadas aos prazeres, fantasias que se misturam entre sonhos e existências, dos intelectos desejos que não venham a decretar a falência das sonhadas fantasias.

Tenho medo do que possa vir, ou que já esteja a caminho, tenho medo das duvidas de uma traição, tenho medo de arriscar pelo simples fato de arriscar, tenho medo de um simples olhar possa levar a tempestivos gritos no coração, tenho medo de apertar o botão de pausa sem saber a conclusão, tenho medo de passar despercebido por alguém que necessite de atenção, tenho medo da sede de viver e morrer afogado, tenho medo de falar que sinto e sinto que falar seja somente exposição, tenho medo da decadência e que a demência seja a minha prisão, tenho medo que o medo cale a minha necessidade constante de saber o que vem a frente, não ignoro os atos, mas entendo de decepção.

Se fácil fosse ser justo, o que faria pelo próximo, se fácil fosse um verso, o que citaria em suas palavras, se fácil fosse fazer escolhas, o que deixaria pra trás, se fácil fosse consertar, o que faria com seus erros, se fácil fosse represar um sentimento, por onde iniciaria sua edificação, se fácil fosse emagrecer o que deixaria de comer, se fácil fosse ser feliz, como seria a tristeza, a vida se constrói de tijolo a tijolo, e por vezes a reflexão é a maneira mais engenhosa em se preservarem as conquistas.