124 – Chão batido.

Saudades do chão batido, desta estrada que um dia me levou distante, deste punhado que vivi um dia, hoje cada dia me vejo mais distante, da fraqueza da terra por um grão de vida, vi meu chão virar somente argila, a janela se abria e não via vida ao novo amanhecer.

Dos sonhos vividos de uma terra querida, da seca que mutilou a simples vida de quem da terra prometida viu sua ultima cria agonizar, o talco da areia varre esse chão sem deixar um grão daquele que um dia me sustentou, das lembranças vivas lembro que ali uma parte de meu corpo, ali ficou.

Desse mundo novo a terra não vale nada, vejo fome e desperdício, vejo uma vida degradada, vejo a fome pedindo socorro, só escuto em falar em guerra e mais nada, não sinto o aroma de minha terra distante, vou caminhando a tempo, sem saber onde fica o novo canto prometido.

Perdoa-me nova vida, aqui não posso me cuidar, não vejo folhas ao chão, não escuto o sabia a cantar, onde piso não tem terra para arar, o vento não chega arrastando as folhas perdidas, deixei para traz a melhor parte de minha vida, e é essa saudade que se abriga neste coração seco, longe de minha terra querida.

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