100 – Porta retrato

Das distâncias de um retrocesso a uma suicida paixão, de uma foto ao meu lado, do inconformismo ao solitário jeito de te amar, de um coração pedindo pra voltar, mas como sem saber se explicar, do inesperado desejo em meu olhar, a vejo em seu porta retrato.

Das saudades que invadem os nostálgicos passeios dos tempos, sentimentos estático de um tempo inquieto de memórias desatinadas, dissabores explodindo em um peito, se por ti eu suporto tudo calado, me rendo ao encanto ao seu porta retrato.

Dos guardiões dos tempos, das lembranças preservadas por vezes perdidas nas profanas saudades, distantes, perdidas que não me canso em resgatar, deste folhear dos livros da vida, sem esse porto em que possa atracar, de mãos vazias ali me encontro a te esperar, perplexo ao seu olhar, consumida pela saudade, agonia criada pelos espinhos da vida, acalentado por vezes ao lado de seu porta retrato.

Recordações profundas de uma vida, das escuridões das noites, as insônias sem fim, recordações de um corpo amado, de um corpo recheado de desejos, que por vezes, por um minuto desses meus dias a esquece-se, tão longe e tão perto, ao lado da fria fotografia, emoldurado em seu porta retrato.

Sentimentos que reinavam nos brilhos em carinhos, dos afagos aos corpos regados de amor, do suor me afogando em seus braços, juntamente em meu peito te guardei, dos venenos misteriosos fitando os sentimentos, dos míseros e profanos desejos, da melancolia a louca saga desse amor, vou-me embora, deslaço os abraços, me sinto um trapo, mas não me desfaço de seu porta retrato.

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